E as coordenações internacionais para levar adiante estas lutas continuam. De 22 a 25 de abril será realizada na província panamenha de Chiriquí o quinto encontro Mesoamericano da Rede Latino-americana contra Barragens e pelos Rios (Redlar), onde se prevê que participariam uns 500 militantes.

Além disso, a Redlar já definiu que seu próximo encontro latino-americano, no ano que vem, será no México, e sobram os motivos para a escolha deste país, onde são muitos os conflitos pela construção das hidrelétricas.

Nos últimos dias, no estado mexicano de Oaxaca foram levadas a cabo diversas atividades para denunciar os abusos que a Comissão Federal de Eletricidade (CFE) vem cometendo contra a cidadania. Este organismo estatal é um dos principais promovedores da construção de mega-barragens hidrelétricas.

A CFE também está sendo severamente questionada no estado de Nayarit, onde foi construida a barragem El Cajón, já que as promessas que o organismo fez à população há um ano atrás não foram cumpridas.

Melhor qualidade de vida, acesso ilimitado à pesca e uma boa indenização econômica foram as propotas estatais que permitiram que a iniciativa energética fosse levada adiante, afirmam as organizações locais que tem se mobilizado esta semana.

As organizações atingidas levam já um bom tempo denunciando os “atropelos e arbitrariedades” da para-estatal, e sua difícil experiência pode ser útil para outras comunidades, que debatem aceitar ou não este tipo de projetos de infra-estrutura.

É o caso do que acontece com os moradores da cidade mexicana de Temacapulín, possíveis atingidos pela barragem de El Zapotillo. Um religioso local, Gabriel Espinoza, denunciou há algumas horas que a desapropriação de terras em Temacapulín para continuar com a construção da barragem de El Zapotillo é uma “injustiça”, e responsabilizou também às autoridades estatais por este atropelo.