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6 de Agosto de 2012 | Notícias | Direitos humanos | Lutadores sociais em risco
A construção da paz é um dos pontos centrais hoje na agenda das organizações e movimentos sociais da Colômbia. Após os levantamentos indígenas no Norte do departamento de Cauca, que os representantes originários chamam de “ações de controle territorial”, dias 3 e 4 de agosto foi realizada na zona, no município de Caloto, o “Seminàrio político pela construçao de uma caminho social e um congresso para a paz”.
“Há uma crise humanitária produto da confrontação armada que se desenvolve no território colombiano […] e este seminário precisamente trata de visualizar um caminho para seguir convocando iniciativas, setores, tendências, organizações e processos que apostem na paz”, manifestou à Rádio Mundo Real a liderança Feliciano Valencia, do Conselho Regional Indígena do Cauca (CRIC).
A poucos minutos de ser entrevistado por Danilo Urrea, correspondente da Rádio Mundo Real na Colômbia, Valencia foi ameaçado de morte pelo grupo paramilitar colombiano auto-denominado “Águilas Negras”. A liderança teve que abandonar o seminário para proteger sua vida.
“Nós povos indígenas vamos continuar fortalecendo as ações de controle territorial para exigir que seja detida a guerra”, acrescentou pouco antes de sofrer a ameaça.
O governo colombiano não este representando no encontro com os indígenas programada para o dia 27 de julho, onde seriam debatidos os assuntos propostos pelos representantes originários nos primeiros encontros. A partir desse momento os indígenas declararam-se em assembleia permanente. Propuseram que após as conversações do conjunto do movimento social do Cauca, procure-se realizar uma reunião com delegados governamentais de alto nível.
Várias vezes o presidente colombiano Juan Manuel Santos tem manifestado ter guardada a chave da paz, algo que para Valencia significa a “monopolização do direito à paz”. O dirigente disse ainda que “as condições são adversas, mas não podemos ficar de braços cruzados”. “Por isso decidimos fazer este seminário e preparar o congresso de paz, para falar ao país sobre a responsabilidade que temos de exercer esse direito e esse dever da paz”, acrescentou Valencia.
O seminário realizado em Caloto contou com a participação de diversos setores da sociedade colombiana, que manifestaram o apoio às ações dos povos originários. Também foi frisada, uma vez mais, a necessidade de avançar em uma solução política ao conflito social e armado com a participação da sociedade em seu conjunto, e não somente dos atores armados.
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