Paralelamente à militarização da zona, o governo peruano apela às ferramentas judiciais para acabar definitivamente com as demandas.

Um comunicado divulgado ontem pela Associação Interétnica da Floresta Peruana (Aidesep) confirma que seu presidente, Alberto Pizango, dará depoimento amanhã numa fiscalia provincial acusado de delitos de “rebelião, sedição e motim contra a tranquilidade pública”.

Depois de ser notificada a Aidesep denunciou uma campanha dos principais atores de governo contra os líderes indígenas, e afirmou que não existem interlocutores válidos para discutir os impactos que sofrerão as comunidades com a privatização dos recursos.

Precisamente, os indígenas condicionam o fim das mobilizações à anulação de nove decretos legislativos que beneficiam capitais privados na concessão de empreendimentos extrativos na Amazônia, sobretudo petroleiros, gasíferos e mineradores.

Os protestos começaram há mais de um mês, com mobilizações “solidárias” em várias cidades, e bloqueios de estradas e rios. Outro comunicado da Aidesep, divulgado ontem adverte aos ministros de Defesa e do Interior, que os grupos indígenas não vão cair em “provocações do governo”, referindo-se ao envio de tropas militares à zona.

Afirmam que se o conflicto se radicaliza será por total responsabilidade do governo, que tem radicalizado as suas posições e assumido uma atitude “intransigente”.