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3 de Maio de 2011 | | | |

Um modelo de vida

Profissionais universitários e ativistas sociais contra avance do sistema produtivo dominante

Acadêmicos e representantes de movimentos sociais latino-americanos reuniram-se o dia sábado na cidade argentina de Rosario, província de Santa Fé, e coincidiram com que é urgente redefinir os modelos de produção na região, baseados na utilização de insumos químicos, para as populações viverem digna e saudavelmente.

Trata-se de uma das principais conclusões do 1º Congresso Latino-Americano da Saúde Socioambiental e do 2º Encontro de Médicos de Povos Fumigados, realizado desde o dia 28 ao dia 30 de abril em Rosario. A atividade foi organizada pelos responsáveis da matéria de Saúde Socioambiental da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nacional de Rosario (UNR), o Foro Ecologista de Panamá e o Centro de Proteção à Natureza de Santa Fé.

A convocação do encontro falava de um “modelo de organização das sociedades e os processos produtivos que se impõem sob o lema de ’crescimento-desenvolvimento-progresso’, com o qual se está levando a cabo o traspasso dos modelos produtivos contaminantes para nossa América Latina”. E acrescentava: “concentrações urbanas, agrotóxicos, transgênicos, mineração, fábricas de celulose, represas, centrais nucleares, químicos, sistemas sanitários e jurídicos incapazes de dar uma resposta, todos esses elementos que determinam nosso dia a dia, ordenando os perfis de morbomortalidade das comunidades às que pertencemos.

O coordenador geral do encontro, o Doutor Damián Verzeñassi, resumiu a Radio Mundo Real que “o que ficou claro é que há uma necessidade inevitável de rediscutir e redefinir com urgência os modelos de produção na América Latina, qual o modelo e o sistema que a gente quer para gerar as condições para a vida em nossos países.

“Uns propõem que tem de ser uma vida para os que possam pagá-la, outros sugerimos que tem de ser uma vida com a mesma garantia de direitos para todos”, acrescentou Verzeñassi na entrevista cedida a Pablo Valenzuela, colaborador de Radio Mundo Real em Paraguai e presente no encontro em Rosario.

O médico argentino é co-responsável acadêmico da matéria Saúde Socioambiental da Universidade Nacional de Rosário, ele considerou fundamental a união dos ativistas ambientais da região e os acadêmicos. “Ainda existe essa diferença entre a Universidade ou a academia e os movimentos sociais, é isso o que tentamos quebrar com esse congresso”, disse. “As lutas dos movimentos sociais e das universidades terão, em algum momento, de serem simplesmente as lutas dos cidadãos e dos seres humanos que queremos viver dignamente”, declarou.

O 1º Congresso Latino-Americano de Saúde Socioambiental e 2º Encontro de Médicos de Povos Fumigados contou com a participação de mais de 300 pessoas de aproximadamente 10 países latino-americanos. Está previsto realizar um segundo encontro em maio de 2013.

“A realidade da América Latina é comum, responde ao padrão das potências econômicas mundiais de limpar seus territórios a expensas de nossas doenças”, considerou Verzeñassi. Disse também que há centos de milhares de pesquisadores e professores na região “dispostos a trabalhar e a adequar-se ás circunstâncias do lado dos movimentos sociais, a ser parte deles”, para “construir conhecimento científico que dê poder e permita construir uma vida mais digna para todos”.

Nessa línea, o doutor afirmou que há quatro anos que a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nacional de Rosario tomou a “decisão política” de se transformar num “foco de resistência”, numa cidade da qual provem grande parte da matéria prima extraída da América Latina.

Em direção ao segundo encontro de 2013, Verzeñassi propus que acadêmicos e movimentos sociais continuem a trabalhar em foros locais, regionais, que possibilitem uma aproximação às realidades do cotidiano para “construir conhecimento” e fortalecer “as lutas em favor da vida”.

Foto: http://www.flickr.com/photos/tjmartins/

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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