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10 de Maio de 2011 | | | |

Violações de todo tipo

Costa Rica: camponeses e ecologistas apresentam livro sobre impactos da expansão da plantação de abacaxi

Acaba de ser apresentado em Costa Rica o livro “Açúcar Vermelha, desertos verdes”, elaborado por representantes de várias organizações sociais e instituições principalmente latino-americanas, baseado nas consequências da implantação de diversas monoculturas na região.

O estudo trata, especialmente, sobre a forma em que esse modelo produtivo viola vários direitos humanos fundamentais das comunidades próximas às plantações.

No dia 3 de maio, organizações ambientalistas e camponesas fizeram conhecer o trabalho na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Nacional, na cidade de Heredia, Costa Rica. O estudo desse país foi realizado pelo Centro de Direito Ambiental e dos Recursos Naturais, e enfatiza os impactos negativos da produção de abacaxi em grande escala em nível nacional. Entre esses impactos, destacam-se as violações dos direitos das comunidades locais à saúde, ao ambiente saudável, à água potável, à alimentação, à vivenda e à vida.

O estudo “tico” assinala que a produção de abacaxi em grande escala começou a fines dos anos oitenta, na zona sul, quando a empresa Pindeco, subsidiária da transnacional Del Monte, instalou-se e iniciou a utilização de um pacote tecnológico, com o objetivo de produzir a maior quantidade possível por hectare. Anos depois, vizinhos e vizinhas das plantações começaram a denunciar as consequências desse modelo.

Na apresentação do estudo em Heredia, esteve presente o jornalista de Rádio Mundo Real de Costa Rica, Henry Picado. Na atividade, o camponês José Oviedo, da União Nacional de Produtores Agropecuários Costarriquenses (UNAG na sigla em espanhol) – Via Camponesa Costa Rica, assinalou que “os agronegócios em mãos das transnacionais não se dedicam a produzir alimentos, apenas sobremesas e em condições sumamente prejudiciais para as comunidades” das regiões em que se produz, acrescentou.

Por outro lado, a representante do Frente Nacional de Setores Afetados pela Produção de Abacaxi, María Cascante Rojas, moradora de El Cairo de Siquirres, na província de Limón, assinalou que, na sua comunidade, todos os dias chega pelos encanamentos de água um coquetel de 22 agrotóxicos. Aliás, apontou que as comunidades de El Cairo, Luiciana e la Francia recebem, há quatro anos, águas por meio de um caminhão pipa, que passa cada dois ou três dias por essas zonas.

A apresentação do livro em Heredia foi dedicada à memória de Carlos Arguedas Mora, dirigente sindical e ecologista afetado por agrotóxicos da industria bananeira, morto a finais do ano passado. Arguedas dedicou grade parte da sua vida à defesa de pessoas e comunidades afetadas pelas monoculturas.

O dirigente, líder da comunidade de Siquirres, também foi vítima da criminalização da sua protesta: foi demandado após denunciar a poluição de bacias aquíferas com agrotóxicos dos agronegócios. A representante do Centro de Direito Ambiental e dos Recursos Naturais, Soledad Castro, afirmou que “Carlos foi demandado pela empresa produtora de abacaxi Del Monte (contratada pela empresa nacional Hacienda Ojo de Agua) por dizer o que até as instituições públicas tem dito, que a água estava poluída”. “A demanda foi uma forma de amedrontá-lo”. Porém, ele dizia justamente que (as empresas) tinham medo dele porque ele não tinha medo nenhum”.

Foto: http://www.flickr.com/photos/amigosdaterrabrasil/

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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