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23 de Março de 2010 | | |

Belo Monte, a volta

Brasil: barragem de Belo Monte poderia expulsar 20 mil pessoas de seus lugares

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Surgem novas vozes de protesto contra a construção da hidrelétrica Belo Monte, depois de ser divulgada a habilitação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) para construir essa central no estado do Pará.

Nos marcos do Dia Internacional da Água, celebrado nesta segunda-feira, a organização Salva la Selva lançou uma campanha internacional para persuadir às autoridades brasileiras, incluido o presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva, dos danos irreversíveis que provocará a iniciativa.

Os planos para construir esta barragem no rio Xingú -que atravessa os estados de Mato Grosso e Pará, até desembocar no Amazonas-, começaram no fim da década do setenta, e foram detidos através de uma grande mobilização em 1989. “Belo Monte, A volta triunfante da ditadura militar?”, é o título que o religioso Leonardo Boff escolheu para um artigo crítico com o projeto.

Mais da metade dos territórios que atravessa o Xingú são áreas de florestas protegidas, segundo a organização, e no caso de Belo Monte pretende-se represar o rio em sete pontos, o que atingiria doze territórios indígenas.

Somente uma das represas vai cobrir uma área de 6140 quilômetros quadrados, e ao todo cerca de 20.000 pessoas dos distritos de Altamira, Vitória do Xingu e Brasil Novo teriam que abandonar suas terras e ser relocalizadas.

“O dano aos peixes e o intercâmbio fluvial seriam junto a todos os danos ambientais, incalculáveis. As emissões de metano, um gás de efeito estufa muito forte, é outro grave problema, como o é o aumento de doenças como a malária e a febre amarela”, continuam na carta que enviarão ao Poder Executivo.

Em entrevista com Rádio Mundo Real, Maximino Deparis, do Movimento de Atingidos por Barragens do Brasil (MAB) comentou que as licenças de construção das obras foram autorizados pelo governo antes de que se realizaram as audiências públicas correspondentes. “Isto se opõe à própria lei”, queixou-se do dirigente, entrevistado no Fórum Social das Missões

O MAB é o principal referente brasileiro na resistência às mega-barragens. “Hoje damos nossa terra para produzir energia mas não temos energia em nossas casas”, disse Deparis, que destacou as campanhas que leva adiante a organização para denunciar as altas tarifas elétricas que paga a população do Brasil.

Os empreendimentos privados se instalam os territórios ribeirinhos “à força e em nome do bem público”, e muitas vezes em cumplicidade com dirigentes políticos locais, conforme Deparis.

O dirigente do MAB também alertou pelas consequências da barragens hidrelétrica de Garabí, que inundará cerca de 30 mil hectares na Argentina e uma cifra similar no Brasil. “As organizações de ambos os países temos que mostrar à opinião pública que Garabí não vai trazer benefícios nem desenvolvimento algum. Só terá maiores problemas e ambos os povos temos que detê-lo”, concluiu Deparis, que manifestou a necessidade de expandir fontes alternativas de energia como a solar, a eólica ou a biomasa.

Foto: International Rivers

(CC) 2010 Radio Monde Réel

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